Entre 25 de junho e 6 de agosto de 2022, a RAMPA expõe uma seleção de objetos gráficos — produzidos entre 1985 e 2000 — do arquivo pessoal de Alice Neel, uma das artistas-ativistas fundadoras do coletivo norte-americano, anónimo e feminista Guerrilla Girls. O programa inclui uma conferência com Alice Neel no dia 25 de Junho às 17h na Aula-Magna, Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto
O trabalho desenvolvido pelas Guerrilla Girls tem como premissa a luta contra o sexismo e racismo no contexto artístico, através do levantamento de dados estatísticos. Esta metodologia tem sido utilizada por vários coletivos feministas com o intuito de representar diferentes recortes sociais: género, racial, classe, sexualidade, etc, demonstrativos de desigualdades e disparidades reais no quotidiano. O grupo utiliza meios de impressão diversificados, cartazes, arte postal, publicações e outros, bem como ações clandestinas no espaço público para expor essas discriminações. Para proteger o anonimato, as integrantes do grupo escondem as suas caras com máscaras de gorila, um trocadilho entre as palavras “gorila” e guerrilla” que em Inglês são quase homófonas.Alice Neel, que estará no Porto para instalar e inaugurar a exposição, irá trabalhar com coletivos feministas da cidade, nomeadamente o Coletivo Afreketê, o Coletivo Feminismos Sobre Rodas e o Coletivo MAAD, e com a artista Mariana Morais (responsável pelo projeto Headless Women in Public Art), que foram convidados pelo grupo de curadoras a reunir no espaço da Oficina Mescla durante quatro sessões de trabalho, para pensar sobre a realidade portuguesa.Durante estes encontros e recorrendo a métodos próximos dos utilizados pelo coletivo feminista norte-americano, irão ser recolhidos dados e reflexões que se materializarão em cartazes que espelham o contexto local e nacional e serão disseminados no espaço público numa ação conjunta com Alice Neel e, posteriormente, juntar-se-ão aos artefactos em exposição na Rampa."Guerrilla Shout-out! Arquivo gráfico de Alive Neel" é comissariada por Melissa Rodrigues, Rebecca Moradalizadeh, Susana Gaudêncio e Vera Carmo.Agradecimentos: Centro de Arte Oliva, Coletivo Afreketê, Coletivo Feminismos Sobre Rodas, Coletivo MAAD, Cooperativa Árvore, Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, Maiadouro, Mariana Morais, Oficina Mescla, Sérgio Alves.A Rampa é uma estrutura financiada pela Direção-Geral das Artes, Ministério da Cultura e pelo Criatório/Câmara Municipal do Porto.