A RAMPA, em colaboração com o Cork Printmakers, Irlanda, apresenta uma exposição da artista Marianne Keating, a inaugurar no dia 18 de Outubro pelas 21h30. A exposição, “Melhor Há-de Vir”, reúne um conjunto de filmes realizados nos últimos anos, exibidos pela primeira vez em Portugal. A exposição é comissariada por Miguel Amado, diretor do Cork Printmakers.
Marianne Keating aborda a relação entre a Irlanda e as Caraíbas no contexto do Império Britânico e da atualidade. Na exposição “Melhor Há-de Vir”, a artista explora a história amplamente desconhecida da diáspora irlandesa na Jamaica, iniciada no âmbito da economia de plantação do país. Os seus filmes agregam uma variedade de materiais de arquivo (incluindo documentos governamentais e fotografias), imagens “encontradas” e extratos de fontes escritas (de ensaios sociológicos a artigos de jornal) com os seus próprios registos em vídeo, entrevistas e notas de investigação.
Keating analisa a vaga de emigração da Irlanda para a Jamaica, então colónias britânicas, que ocorreu entre 1835 e 1842, após a abolição da escravatura. As dificuldades económicas sentidas pela maioria dos irlandeses sob domínio britânico propiciaram um terreno fértil ao recrutamento de uma nova força de trabalho para as herdades das Caraíbas, que sofriam com a falta de força de trabalho provocada pela libertação das pessoas Africanas escravizadas. Os colonos britânicos sujeitaram os irlandeses a um regime de indentura, um contrato que vinculava um trabalhador a um empregador durante um determinado período, pressupondo a ausência de salário em troca de viagem, abrigo e alimentação. Keating também examina o legado contemporâneo do estabelecimento dos irlandeses na Jamaica, considerando temas como a crioulização e o sistema político pós-independência.