"Guerrilla Graphics" presents the graphic work produced by the Guerrilla Girls in the 1980s, a time when the group, empowered by an acute critical approach, caused a turmoil in the art world with deep repercussions in the world in general.
Herdeiras do atcivismo da década de 1970, as Guerrilla Girls assumiram-se como uma voz de alerta contra as disparidades entre as oportunidades para homens e mulheres artistas. Os pósteres que podemos ver, hoje, em exposição, constituíam “mensagens de serviço público” vocacionadas para despertar uma consciência social.
Pelo seu carácter objectivo e desprovido de emoção, o recurso a dados estatísticos aliado a um humor mordaz, revelou-se inesperadamente eficaz e o público estabeleceu a ligação direta entre o contexto da arte e a sociedade em geral. A situação das mulheres artistas tornou-se espelho da situação das demais minorias e o colectivo alargou o âmbito das suas mensagens a problemáticas como o aborto ou o racismo.
Em 1987, dois anos após a circulação do primeiro póster das Guerrilla Girls– a carta ao colecionador escrita em grafia infantil que inicia esta mostra – a New York Magazine considerou-as uma das figuras mais poderosas do mundo da arte. Contudo, olhando as estatísticas três décadas depois, importa questionar o que mudou. Alcançamos uma situação de paridade, nos museus ou em qualquer outra esfera da vida quotidiana? Vivemos numa sociedade menos preconceituosa e mais tolerante? “Guerrilla Graphics 1985” sendo uma mostra de obras históricas, interpela-nos novamente a pensar defender os nossos direitos enquanto cidadãos globais.