Performance "Alva Escura" (20') de Dori Nigro e Paulo Pinto (2016).
Evento do programa paralelo da exposição “Joaquim – O Conde de Ferreira e seu legado” com curadoria de Nuno Coelho.
Do mundo que o português criou aos anúncios de pessoas escravizadas nos jornais brasileiros do século XIX, representados pelas relações sociais entre a casa grande e a senzala, ecoam em nosso corpo/mente as vozes silenciadas das pessoas que, como mercadoria, foram arrancadas de sua terra natal e negociadas nos pregões dos mercados, fazendo girar a economia da mais próspera (ex)colônia portuguesa. Como “doce” herança do açúcar colonial o racismo persiste até hoje em suas mais variadas facetas. “Alva escura” aponta as contradições das receitas antigas (atuais) aprendidas e ensinadas sobre civilização. Confrontando passado e presente desenhamos diálogos de alteridade, onde a palavra é notícia, oração e sabor, revelando a canção imagética de nossas memórias pessoais e ancestrais.