Grupo de artistas desenterra memórias coloniais no Porto
Grupo de artistas desenterra memórias coloniais no Porto
Esquerda.net
6 de Dezembro de 2019

O coletivo de artistas InterStruct Collective inaugura na sexta-feira a exposição “Desenterrando memórias” que interpreta objetos do colonialismo português de forma a problematizar o que resta do imaginário colonial hoje.

Montagem da exposição "Desenterrando Memórias". Porto, dezembro de 2019. Foto de Rampa.
Unearthing Memories: Instalação

Há 85 anos, nos Jardins do Palácio de Cristal, no Porto, acontecia a Primeira Exposição Colonial Portuguesa. Passado tanto tempo, “as forças económicas, culturais e políticas atuais ainda sustentam, cimentam e replicam algumas ideologias que foram fundamentais ao regime autoritário associado à Exposição Colonial”.

É o que pensa um coletivo de sete artistas e profissionais da cultura que se denomina InterStruct Collective(link is external). Por isso, na mesma cidade do Porto em que decorreu essa exposição colonial, inaugura-se esta sexta-feira uma exposição sob o lema “Desenterrando memórias”.

Esta exposição, que vai estar patente no espaço Rampa(link is external), um espaço cultural independente no Pátio do Bolhão, pretende interpretar “relíquias coloniais” como monumentos públicos, nomes de ruas, selos postais, souvenirs, medalhões, murais, coleções de museus e arquivos nacionais que são considerados “testemunhos controversos que narram perspectivas imperialistas e obscurecem a multiplicidade de relações de poder, encontros culturais e experiências pessoais”.

Através de um método curatorial cooperativo, os artistas Desirée Desmarattes, Isabel Stein, Melissa Rodrigues, Miguel F, Odair Monteiro, Vanessa Fernandes e Vijay Patel, utilizam estes objetos como “como catalisadores para acrescentar camadas de complexidade às narrativas e desvelar histórias, buscando restaurar o poder de indivíduos colonizados no passado e marginalizados no presente”.

Trata-se, portanto, de analisar criticamente os legados coloniais e de enquadrar o imaginário atual, “composto por memórias, ruínas e lembranças no contexto do Porto”.

Grupo de artistas desenterra memórias coloniais no Porto
Grupo de artistas desenterra memórias coloniais no Porto
Grupo de artistas desenterra memórias coloniais no Porto

Pátio do Bolhão 125

4000-110 Porto, Portugal


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