A prática artística de Marianne Keating analisa a vaga de imigração a partir da Irlanda – na altura parte integrante do Império Britânico – para as Caraíbas, em particular para a Jamaica, e Barbados, que na altura também eram colónias inglesas – que ocorreu a partir de 1843, depois da abolição da escravatura nestes territórios
Keating explora relatos menos conhecidos desta faceta da diáspora irlandesa, constituída fundamentalmente por trabalhadores forçados, que partiram da sua terra natal e se radicaram nas Caraibas entre 1835 e 1842, e a sua herança nos dias de hoje; desde a progressiva creolização da população irlandesa nas Caraíbas, à influência deste grupo populacional na política da região, até às praticas e consequências do imperialismo Britânico para a noção as Irlanda como colónia branca.
Keating produz filmes e instalações vídeo que reúnem documentos encontrados em arquivos oficiais baseados em Inglaterra, na Irlanda e na Jamaica, combinados com paisagens, ou interiores, voz em sobreposição a texto, excertos de livros e outros materiais de arquivo. As suas obras desconstroem a própria funcionalidade do arquivo como mecanismo de contar uma/a História. As suas obras determinam novas narrativas sobre o tema da diáspora Irlandesa, em contraponto às narrativas dominantes do Oeste, re-escrevendo as história na voz do Outro dominado.
A exposição é co-produzida com Cork Printmakers, Irlanda, e apresentada
com apoio da Culture Ireland.